sábado, 16 de julho de 2011

Charlatanismo e Curandeirismo - Um Perigo iminente



Toda profissão está sujeita a indivíduos que se consideram aptos a realizá-las, o que na maioria dos casos têm consequências desastrosas. Em se tratando da Saúde, esse desastre toma proporções ainda maiores quando charlatães e curandeiros entram em cena, levando a piora de quadros clínicos e até mesmo a morte da "cobaia".
Muitas pessoas confundem esses dois termos, achando que são opostos. Na verdade, as duas modalidades de pilantragem podem estar presentes em uma mesma organização.

Charlatanismo



A expressão charlatanismo é derivada de ciarlare que significa, em italiano, conversar muito, tagarelar, iludir. O art. 283 do Código Penal brasileiro vê o charlatanismo como algo que gira em torno da cura inculcada ou anunciada, através de meios infalíveis e secretos, de terapêutica simulada, diagnóstico e prognóstico falsos, bem como de curas sensacionais e extraordinárias.  Esse termo é geralmente associado aos profissionais da Saúde.

Curandeirismo:



O art. 284 do nosso texto penal trata do curandeirismo, enumerando a forma delituosa em três incisos. O primeiro é prescrever, ministrar ou aplicar habitualmente qualquer substância (incluindo o próprio sangue), dando a entender que mesmo as não nocivas constituem infração. O segundo diz respeito ao emprego de gestos, palavras ou qualquer outro meio, o que nos faz crer tratar-se de passes e atitudes, rezas ou benzeduras, tendo como apoio a superstição do crente. E o terceiro refere-seà realização de diagnósticos. Constitui circunstância agravante a prática do curandeirismo mediante remuneração. É um termo reservado aos leigos que não são profissionais da Saúde capacitados, e difere do exercício ilegal da medicina.

Como se pode perceber, o curandeirismo então é praticado pelos vendedores dos produtos (Garrafada, por exemplo) que não simplesmente vendem o produto, mas diagnosticam a vítima, enaltecem exageradamente as propriedades do produto de forma a tornar-se irresistível seu consumo mesmo não havendo estudos científicos do mesmo.
Para o charlatanismo podemos citar alguns médicos que apóiam técnicas não comprovadas cientificamente (auto-hemoterapia, por exemplo), ministrando-as de forma irresponsável.
Encontramos estes tipos de vigaristas em nossa faculdade, em nosso trabalho, em uma festa, em igrejas e em qualquer outro aglomerado.
Em minha experiência profissional, tive a infelicidade de ouvir diversas opções milagrosas para cura do câncer, tratamento de paralisia facial, tratamentos de Diabetes, entre outros.
Indivíduos que tomam atitudes terapêuticas que não os compete, Charlatães que se consideravam aptos a atender determinados tipos de pacientes, os expondo a riscos e piorando quadros clínicos.
Pessoas que manipularam mentes sensibilizadas pela doença, vendendo seus produtos milagrosos... Posso afirmar que as “experiências” foram desastrosas...

Fica a dica:
Medicina com médicos;
Fisioterapia com fisioterapeutas;
Odontologia com odontólogos...
Valorizem o profissional... Valorizem sua saúde... Se valorizem...

Referências:
França, Genival Veloso de. Noções de Jurisprudência Médica. 3ª ed., Editora Universitária, João Pessoa, 1981.
---. Medicina Legal, 4ª Edição, Editora Guanabara Koogan S/A, Rio de Janeiro, 1995.