Fisioterapia obstétrica

Olá! Desculpem a demorar pra retornar a postar por aqui, mais minha vida está uma loucura (loucura boa, diga-se de passagem...). Comecei o serviço de Fisioterapia Gineco-obstétrica lá no Hospital São Vicente de Paula, em nossa cidade. Então o post de hoje é um informativo do que exatamente a fisioterapia faz nesta área.

Irei catalogar as principais alterações comuns na gravidez, as doenças que podem surgir neste período e no pós parto para que entendam os reais motivos da procura cada vez maior da fisioterapia neste sentido.

Alterações fisiológicas da gravidez

• alterações da postura 
• frouxidão dos ligamentos 
• alterações dos sistemas cardiovascular, respiratório, linfático, gastrintestinal, músculo-esquelético, reprodutor e urinário.
• déficit de equilíbrio e percepção corporal
• sobrecarga dos músculos do Assoalho Pélvico 
• alterações da marcha

Patologias e desconfortos que podem surgir na gravidez: 

• Diabete Melitus Gestacional
• Síndrome da Compressão Nervosa 
• Hipertensão
• Lombalgia 
• Disfunção sacro-ilíaca
• Diástase do reto abdominal 
• Incontinência urinária e/ou fecal
• Pubalgia
• Formigamento e dormência nas pernas 
• Cãibras 

Algumas complicações que podem surgir no pós-parto:

• Risco de lesão articular, devido a frouxidão ligamentar que permanecem por algum tempo após o parto.
• Dor e desconforto pós-cirúrgico.
• Fraqueza abdominal.
• Disfunção do assoalho pélvico, podendo evoluir para incontinência urinária e/ou fecal.
• Complicações vasculares (tromboembolismo)
• Complicações respiratórias (pneumonia)
• Formação de aderência no local da incisão

Como a Fisioterapia atua?

No pré-parto: A fisioterapia atua em cima das alterações fisiológicas que ocorrem na gestação, com o intuito de minimizar ou até mesmo prevenir os desconfortos e patologias decorrentes destas alterações, proporcionar um maior cuidado com o corpo e uma maior interação entre a mãe e seu bebê, auxiliar na manutenção do peso corporal, promover relaxamento e melhorar a qualidade de vida, preparar para o parto e favorecer uma recuperação mais rápida (independente do tipo de parto) e consequentemente diminuir as complicações no pós-parto. 

Durante o parto: O fisioterapeuta atua nesta fase como um facilitador do trabalho de parto para que seja mais rápido e menos doloroso. A atuação ocorre em ambiente hospitalar orientando posturas e exercícios que aliviam a dor, favorecem a contração uterina, a abertura pélvica e a dilatação. 

No pós-parto (puerpério): A fisioterapia atua no puerpério imediato e tardio visando prevenir e tratar disfunções musculoesqueléticas, uroginecológicas, complicações do sistema circulatório e respiratório, diminuir possíveis desconfortos e quadro de dor e orientar sobre a amamentação e atividades de vida diária.

Drenagem Linfática: Durante a gestação há um grande aumento do volume sanguíneo, da concentração de água e sódio no organismo, podendo causar edemas. Além disso, no último trimestre ocorre uma compressão dos vasos que passam pela pelve, comprometendo o retorno venoso.

A drenagem deve ser feita por um fisioterapeuta, que realiza manobras de pressão e deslizamento com as mãos de forma suave, firme e lenta nos braços, mãos, pernas, pés, costas e face, direcionando o excesso de líquido para os gânglios linfáticos, que trabalham para eliminá-lo. Os objetivos da massagem é ativar o sistema linfático, diminuir o edema, melhorar a circulação e conseqüentemente prevenir complicações na gestação.

Portanto, este é mais um trabalho fisioterápico a ser valorizado, levando-se em consideração os diversos ganhos em recuperação e prevenção de desconfortos. Sinto-me cada dia mais apaixonada por essa profissão...